Safra da Tainha Termina Antes do Prazo em Santa Catarina

A safra de tainha 2024 em Santa Catarina terminou antes do prazo devido ao rápido atingimento das cotas de captura.

Impactos e Consequências da Antecipação do Fim da Safra de Tainha

A safra de tainha de 2024 em Santa Catarina terminou antes do prazo devido ao atingimento das cotas de captura, refletindo um grande volume de pesca e uma gestão eficiente.

A temporada de pesca da tainha em Santa Catarina para o ano de 2024 surpreendeu ao ser encerrada antes do previsto. Tradicionalmente, a safra se estende de 1º de junho a 31 de julho. No entanto, as embarcações industriais de cerco/traineira atingiram sua cota individual ainda em junho, forçando um término antecipado. Este artigo explora as razões por trás desse encerramento prematuro, os impactos econômicos e as questões de gestão e sustentabilidade que envolvem a pesca da tainha.

A antecipação do término da safra de tainha em Santa Catarina, tanto para a pesca artesanal de emalhe anilhado quanto para as embarcações industriais de cerco/traineira, levantou diversas questões e gerou significativos impactos econômicos. Em 2024, a cota foi alcançada um mês antes do final oficial da temporada, evidenciando um grande volume de tainha na costa e uma eficiente gestão de captura.

Atingimento das Cotas de Pesca

A pesca da tainha é uma atividade tradicional e economicamente relevante em Santa Catarina. Em 2024, as embarcações industriais de cerco/traineira atingiram sua cota de captura ainda em junho, um mês antes do término oficial da safra. Isso se deve ao grande volume de tainha que passou pelo litoral catarinense e ao controle rigoroso das cotas estabelecidas. Inicialmente, oito embarcações estavam autorizadas a pescar, mas uma delas, de São Paulo, não participou, reduzindo o número de barcos industriais ativos para sete. Como resultado, foi atingido 80% da cota global de cerco/traineira, correspondente a 384 toneladas das 480 toneladas previstas.

Histórico de Gestão e Sustentabilidade

Desde 2018, Santa Catarina adota um sistema de gestão de cotas para a pesca da tainha. No primeiro ano de implementação, o volume de captura autorizado era de 3.417 toneladas, três vezes maior que o limite atual de 1.066 toneladas. As medidas de gestão implementadas resultaram em uma melhora no estoque de tainha, como demonstrado pela avaliação de 2023, que indicou um aumento de 17% no Rendimento Máximo Sustentável.

Questões de Justiça e Equidade na Aplicação das Cotas

O setor pesqueiro catarinense considera injusta a aplicação das cotas apenas em Santa Catarina. Atualmente, a captura de tainha no estado do Rio Grande do Sul, que não é sujeita a cotas, representa aproximadamente 80 a 90% da produção total na região Sudeste/Sul. Isso levanta a necessidade de ampliação do monitoramento e controle das pescarias fora de Santa Catarina para garantir uma gestão mais equitativa e sustentável do recurso.

Valor Econômico da Safra 2024

A safra de tainha de 2024, controlada por cotas, gerou um valor econômico significativo. Segundo levantamento do Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (SINDIPI), o valor econômico totalizou mais de 17 milhões de reais, com 8,9 milhões provenientes da comercialização do peixe e 8,1 milhões da ova. Caso o volume de cota de 2018 ainda estivesse em vigor, esse valor ultrapassaria 50 milhões de reais.

Avaliação do Valor Total da Pesca da Tainha

Quando se considera o total de tainhas recebidas pelas empresas pesqueiras, incluindo modalidades controladas e não controladas, registradas no Sistainha (3.775 toneladas), o valor econômico pode chegar a 60 milhões de reais. É importante destacar que nem toda tainha capturada é destinada à indústria, o que influencia diretamente na avaliação econômica final da safra.

Conclusão

A antecipação do fim da safra de tainha em 2024 em Santa Catarina reflete uma combinação de fatores, incluindo um grande volume de tainha no litoral e uma gestão eficiente das cotas de captura. Embora o sistema de cotas tenha demonstrado resultados positivos em termos de sustentabilidade, há um sentimento de injustiça entre os pescadores catarinenses devido à falta de aplicação de cotas em outras regiões, como o Rio Grande do Sul.

A análise econômica da safra destaca a relevância dessa atividade para a economia local, com um valor significativo gerado pela comercialização do peixe e da ova. O desafio futuro reside em equilibrar a sustentabilidade dos estoques de tainha com uma gestão justa e equitativa entre todas as regiões pesqueiras envolvidas. Confira o Painel de Monitoramento da Temporada 2024.

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Fonte: Sindipi

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