Atum Bluefin (Thunnus thynnus): Saiba Quanto Custa o Peixe Mais Caro do Mundo

O Atum Bluefin e o Recorde de Preço no Mercado Mundial

O atum Bluefin, conhecido cientificamente como Thunnus thynnus, é uma das espécies mais valiosas e cobiçadas do mundo. Comumente encontrado em cardápios sofisticados de restaurantes de sushi e sashimi, esse peixe alcança preços exorbitantes em mercados internacionais.

Um exemplo notável dessa valorização aconteceu em janeiro de 2019, quando um atum Bluefin de 278 quilos foi leiloado em Tóquio por impressionantes 333,6 milhões de ienes ou 3,1 milhões de dólares na época (cerca de 17 milhões de reais). Esse recorde ilustra o prestígio e a raridade desse peixe, cuja carne é altamente apreciada em países como o Japão.

Neste artigo, exploraremos as características do atum Bluefin, seu habitat, comportamento, reprodução, importância econômica, entre outros aspectos.

O alto valor atribuído a essa espécie, aliado à crescente demanda global, levantou questões sobre a sustentabilidade da pesca do Bluefin, uma vez que a captura excessiva pode colocar a espécie em risco. Entender os fatores que tornam esse peixe tão valioso e como ele se integra aos ecossistemas marinhos é fundamental para compreender o impacto de sua comercialização.

Características do Atum Bluefin

O atum Bluefin se destaca pelo porte robusto, podendo atingir até 3 metros de comprimento e pesar mais de 600 quilos. Essa espécie possui um corpo fusiforme, adaptado para nadar em alta velocidade, o que lhe confere grande agilidade. Uma de suas características mais marcantes é a coloração: a parte dorsal é azul escura, quase negra, enquanto o ventre é prateado, o que lhe dá uma vantagem tanto na caça quanto na evasão de predadores.

Sua carne é dividida em diferentes cortes, sendo os mais valorizados o otoro e o chutoro, que possuem uma quantidade maior de gordura, proporcionando uma textura macia e sabor refinado. A combinação de sabor e textura é o principal motivo pelo qual o Bluefin é tão requisitado na alta gastronomia.

Regiões Onde Ocorre a Espécie

O atum Bluefin é uma espécie migratória encontrada principalmente no Atlântico Norte e no Mediterrâneo. As populações são subdivididas entre o Atlântico ocidental e oriental, com rotas migratórias que abrangem longas distâncias. Durante o verão, eles se concentram em regiões temperadas, onde há abundância de alimento, enquanto no inverno migram para áreas mais quentes para reprodução.

O Mediterrâneo é um dos principais pontos de pesca dessa espécie, especialmente nas costas da Espanha, Itália e Turquia. No Atlântico ocidental, o Golfo do México é uma das áreas de desova mais importantes. Apesar de sua ampla distribuição, a pressão sobre os estoques de Bluefin tem causado uma diminuição significativa em algumas regiões, o que tornou necessário o estabelecimento de cotas de pesca e outras medidas conservacionistas.

Habitat e Alimentação

Os atuns Bluefin preferem águas temperadas e subtropicais, mas são extremamente adaptáveis a diferentes condições de temperatura e profundidade. Eles são predadores ativos, alimentando-se principalmente de peixes menores como sardinhas, cavalas e arenques, além de cefalópodes como lulas. Sua dieta rica em proteínas é essencial para sustentar seu rápido crescimento e manter a energia necessária para longas migrações.

Esses peixes costumam caçar em cardumes, utilizando sua velocidade e força para capturar presas. Além disso, o Bluefin tem um sistema circulatório especializado que lhe permite manter a temperatura corporal mais alta que a da água ao redor, o que favorece seu desempenho como predador em águas frias.

Reprodução e Ciclo de Vida

O ciclo reprodutivo do atum Bluefin é um dos fatores críticos para sua conservação. Eles atingem a maturidade sexual por volta dos 8 anos, quando migram para áreas específicas para desovar. No Atlântico ocidental, a principal área de desova é o Golfo do México, enquanto no Atlântico oriental e Mediterrâneo, a desova ocorre principalmente na primavera e no início do verão.

Cada fêmea pode liberar milhões de ovos, mas a taxa de sobrevivência é baixa, devido à predação e condições ambientais adversas. A elevada pressão de pesca durante a época de desova é uma das maiores ameaças à sustentabilidade da espécie, pois interfere diretamente na reposição dos estoques naturais.

Preservação e Sustentabilidade

O atum Bluefin está atualmente classificado como uma espécie vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). As práticas de pesca intensiva, especialmente as que utilizam técnicas predatórias como redes de cerco, têm reduzido drasticamente as populações globais.

Organizações internacionais, como a Comissão Internacional para a Conservação dos Atuns do Atlântico (ICCAT), têm implementado cotas rigorosas de pesca e monitoramento das capturas para evitar a sobrepesca. Além disso, há um crescente movimento por parte de chefs e consumidores conscientes para promover o consumo de espécies alternativas ou provenientes de pesca sustentável, o que ajuda a aliviar a pressão sobre o Bluefin.

Como Pescar o Atum Bluefin

A pesca do atum Bluefin exige técnicas específicas, dada a força e resistência desse peixe. A pesca esportiva, especialmente com carretilhas e varas reforçadas, é uma prática comum em regiões como o Mediterrâneo e o Golfo do México. No entanto, a pesca comercial, voltada principalmente para o mercado de sushi, emprega métodos como redes de cerco, onde grandes quantidades de atuns são capturadas de uma só vez.

Os pescadores utilizam iscas naturais, como sardinhas, ou iscas artificiais que imitam os movimentos de peixes pequenos. A captura de um Bluefin pode durar várias horas, devido à sua força e capacidade de resistência. No entanto, é importante lembrar que a pesca dessa espécie está fortemente regulamentada, com períodos específicos do ano onde a atividade é permitida e limites estritos de captura.

Mercados Consumidores

O Japão é, sem dúvida, o maior mercado consumidor de atum Bluefin, onde o peixe é considerado uma iguaria essencial na culinária tradicional. Grandes leilões em mercados como o de Toyosu, em Tóquio, são frequentes e envolvem cifras milionárias. Restaurantes de sushi de alta classe, tanto no Japão quanto em outros países, competem para adquirir os melhores exemplares, o que inflaciona os preços.

Fora do Japão, mercados na Europa e nos Estados Unidos também têm uma demanda significativa, embora a conscientização sobre as questões ambientais relacionadas à pesca do Bluefin esteja crescendo. Isso tem impulsionado o desenvolvimento de fazendas de aquicultura que buscam criar o peixe de forma sustentável, reduzindo a pressão sobre as populações selvagens.

Conclusão

O atum Bluefin é um símbolo da alta gastronomia global, mas também um exemplo dos desafios enfrentados na gestão de recursos naturais valiosos. Seu valor no mercado não se restringe apenas ao sabor excepcional de sua carne, mas também reflete a complexidade de sua captura e a raridade da espécie. No entanto, a exploração excessiva e a demanda crescente colocam em risco sua sobrevivência, tornando essencial a adoção de práticas de pesca sustentável e a conscientização dos consumidores.

Preservar o atum Bluefin requer esforços globais coordenados, desde a regulamentação rigorosa da pesca até a promoção de alternativas sustentáveis. Equilibrar o valor econômico desse peixe com a necessidade de garantir a continuidade da espécie é um desafio que todos os envolvidos, desde pescadores até chefs renomados, devem enfrentar.

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